quarta-feira, 9 de março de 2011

Tottenham 0x0 Milan – Análise


Jogando em casa com a vantagem de empatar por qualquer placar para se classificar, o Tottenham cozinhou o jogo contra o Milan e carimbou sua vaga nas quartas-de-final da Champions League pela primeira vez na história.

Harry Redknapp adotou uma estratégia cautelosa – e igualmente arriscada – para conter os rossoneri. Em seu habitual 4-4-1-1, o Tottenham deu espaço para o Milan ficar com a posse de bola e, apenas no seu campo de defesa, fazia uma marcação apertada e saía pros contra-ataques.

Aliás, à exceção de algumas escapadas de Lennon pela direita, os ingleses pouco ameaçaram o adversário, sobretudo pelas atuações abaixo da crítica de Modric e van der Vaart. Outro ponto negativo foi o time jogando excessivamente em função de Crouch, levantando muitas bolas na área e, consequentemente, explorando pouco a qualidade individual de seus armadores.

Já o Milan fez uma boa partida, mas pecou pela falta de agressividade. Na função de “regista”, uma espécie de primeiro volante que determina a saída de bola do time, Seedorf foi o grande destaque do time. Na ausência de Pirlo, o holandês já havia feito em algumas oportunidades esta função. Boateng retornou ao time titular, mas não como trequartista – função que Robinho vem executando muito bem.

Com uma linha ofensiva formada por Robinho, Pato e Ibrahimovic, o Milan ficou devendo, ainda que Gomes tenha feito diversas intervenções, consagrando-se como um dos destaques do jogo. Outro brasileiro que esteve impecável foi o volante Sandro, que se desdobrou no meio-campo do Tottenham do início ao fim da partida.



No segundo tempo, Allegri lançou Antonini e Strasser sem nenhuma necessidade – muito pela falta de opções no banco, é bem verdade. Do outro lado, Redknapp foi extremamente cauteloso. Primeiro colocou Bale na vaga de van der Vaart, trazendo Pienaar para o meio e liberando o galês (que pouco apareceu) pela esquerda. Depois sacou o próprio Pienaar para a entrada de Jenas, fechando ainda mais o meio e, no fim do jogo, trocou Crouch por Pavlyuchenko.

Conclusão: o Tottenham jogou com o regulamento debaixo do braço e fez valer a vantagem. O time tem capacidade de fazer muito mais do que fez nos dois jogos, mesmo porque jogadores como Modric, Bale e Vaart ainda recuperam a forma física ideal. Uma classificação sem brilho, porém justa. E não vejo as classificações de Schalke, Shakhtar e do próprio Tottenham como ‘demérito’ para a competição. Foram os melhores e mereceram classificar. Azar de quem ficou pelo caminho.

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