quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Análise: Benfica 2x1 Stuttgart

- Benfica e Stuttgart fizeram um bom jogo no Estádio da Luz. Não foi do jeito que a torcida encarnada esperava, mas os donos da casa confirmaram o favoritismo e venceram por 2 a 1. Aliás, pelo nível técnico e principalmente pela fase do time alemão, só um milagre tira o Benfica das oitavas-de-final da Liga Europa.

- Os sistemas táticos montados por Jorge Jesus e Bruno Labbadia foram bem semelhantes. Na ausência de Saviola, Jesus lançou Franco Jara no onze inicial do Benfica e a movimentação do argentino ditava o esquema do time: com a bola, ele encostava em Cardozo na frente e configurava um 4-1-3-2. Sem a bola, Jara formava uma linha de quatro no meio-campo complementada por outros três argentinos: Salvio, Aimar e Gaitán, todos muito abaixo do que podem render.


Benfica no 4-1-4-1 variando pro 4-2-3-1 conforme o posicionamento de Jara. Por sua vez, o Stuttgart preocupou-se apenas em defender e pouco explorou os espaços pelos flancos, além de não forçar Javi Garcia a se desdobrar na marcação pelo meio. Para ver a imagem ampliada, clique AQUI.

- Já o Stuttgart decidiu jogar por apenas 21 minutos, quando abriu o placar com Harnik. Após o gol, o time recuou excessivamente e não encontrou forças para reagir quando tomou a virada nos minutos finais. Os alemães sofreram com a falta de criatividade no meio-campo, exceto por parte do estreante Okazaki, que se movimentou bem e cavou várias faltas. Acostumado a atuar como centroavante na seleção japonesa, Okazaki formou uma linha de três com Hajnal e Harnik na faixa ofensiva do meio-campo do 4-2-3-1 de Labbadia.

- A decepção ficou por conta de Cacau, absolutamente inoperante no ataque. Não levou nenhum perigo à meta de Roberto e abusou de errar passes. Faltaram também as jogadas de profundidade pelas laterais, já que Boulahrouz e Molinaro pouco se aventuraram na frente. A capacidade técnica de Hajnal também foi pouco explorada. Ele poderia funcionar como o cérebro do time, mas participou ativamente em apenas um lance no jogo, quando acertou um lançamento primoroso para Harnik sair na cara do gol e encobrir Roberto.

- Jorge Jesus corrigiu o time benfiquista no intervalo. E não precisou fazer nenhuma alteração pra isso. Faltava apenas um pouco mais de entrega da equipe, pois os portugueses mostraram-se tecnicamente muito superiores aos alemães. Maxi Pereira e Coentrao passaram a subir com frequência pelas alas, Salvio e Gaitán invertiam os lados para confundir a marcação e Aimar finalmente entrou no jogo. Após uma série de intervenções de Ulreich, possivelmente o melhor em campo, Cardozo igualou o placar. Foi o décimo gol do paraguaio na temporada.

- Mas o resultado ainda era bom pro Stuttgart, mesmo porque o time poderia jogar por um empate sem gols na partida de volta, jogando em casa. Com isso, Labbadia recuou ainda mais o time ao invés de explorar os contra-ataques na velocidade de Harnik e Okazaki em busca do segundo gol. A superioridade do Benfica foi recompensada com um golaço de Franco Jara, este que aos poucos adapta-se à cultura portuguesa e recupera o bom futebol mostrado no Arsenal de Sarandí.

- O Stuttgart jogou desfalcado, é bem verdade. Boka, Audel, Gebhart e Pogrebnyak estão de molho e Ciprian Marica foi afastado recentemente por declarar a um jornal alemão que deseja se transferir, causando um mal estar no elenco. Entretanto, nada me faz crer que os alemães possam reverter essa desvantagem. Além de ocupar a penúltima colocação na Bundesliga, o Stuttgart também vive uma crise política, com a oposição exigindo a saída do presidente Erwin Staudt e do diretor de futebol.

- Já o Benfica soma sua décima primeira vitória consecutiva e se aproxima da vaga nas oitavas. No jogo de volta, em Stuttgart, aposto em novo triunfo dos portugueses. Mas isso é papo pra daqui duas semanas.

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